Quem nunca ficou doente ao menos uma vez, seja uma dor de cabeça, gripe ou até coisas mais sérias e recorreu aos medicamentos para tratar ou amenizar os sintomas?
Pois é, o uso dos medicamentos é uma forma de muito eficaz de recuperarmos nossa saúde quando estamos experimentando os sintomas incômodos de qualquer doença. Mas, como nada é perfeito, os remédios também causam efeitos colaterais nocivos, uns mais fortes que outros. Com a cisplatina não seria diferente, já que seu uso pode levar o paciente a adquirir perda auditiva permanente.
O que é a cisplatina
A cisplatina é um medicamento antineoplásico, citotóxico, sintetizado em 1844 que desempenha um papel importante no tratamento de diversos tipos de câncer, dentre eles o de testículos, ovários, garganta, bexiga e esôfago.
Mesmo sendo um ótimo aliado no combate do câncer, a cisplatina apresenta alguns efeitos colaterais como:
- Nefrotoxicidade: causa danos renais (para diminuir este efeito o paciente deve manter uma hidratação e diurese adequados);
- Neurotoxicidade: Pode alterar a atividade normal do sistema nervoso causando danos ao tecido;
- Ototoxicidade: Que é a perda auditiva (infelizmente ainda não é um tratamento para prevenir este efeito colateral);
- Náuseas e vômitos: No tratamento são usados fármacos antieméticos para prevenir este efeito.
Boas notícias
Um estudo realizado no “Hospital de Pesquisa Infantil – St. Jude” em Menphis (EUA), descobriu que os efeitos dos ruídos e drogas que induzem a perda auditiva podem ser prevenidos através do uso de medicamento que inibe uma enzima chamada Cyclin-Dependent Kinase 2 (CDK2).
Para chegar a tal descoberta, o time de pesquisadores examinou cerca de 4.385 moléculas em uma linha de células cocleares e identificou 10 compostos que protegeram o explante (fragmento de órgão ou tecido que sofreu explantação, contrário de implante) coclear de camundongos, dos efeitos colaterais da cisplatina. Dentre os 10, a equipe encontrou um composto particularmente interessante chamado kenpaullone, que é um inibidor de multiplas quinases, incluindo a quinase dependente da CDK2. Quando a equipe de pesqusia aplicou o kenpaullone localmente, puderam observar que ele foi capaz de proteger os ratos contra a perda auditiva induzida pela cispatina e pelo ruído. Conclusão
Com os resultados das pesquisas, a equipe concluiu que os 10 compostos encontrados podem ser terapêuticos promissores na prevenção da perda auditiva, porém ainda serão necessárias mais pesquisas para confirmar os resultados e considerar aplicações clínicas.
“A proteção robusta conferida pela aplicação local única de kenpaullone sugere que os inibidores de CDK2 podem transformar a prevenção clínica e o tratamento da perda auditiva induzida por cisplatina e ruído, em pacientes”, disse o Dr. Zuo – líder do Departamento de Neurobiologia do Desenvolvimento no hospital.