Uma nova pesquisa realizada nos Estados Unidos rendeu ao Dr. Robert Frisina e sua equipe uma patente dos EUA por sua teoria de que a perda auditiva pode ser diminuída a partir da combinação de suplementos para a aldosterona hormonal com medicamentos anti-inflamatórios, tais como aspirina ou ibuprofeno. A aldosterona é um esteroide de ocorrência natural que influencia a regulação do sódio e do potássio no organismo, incluindo o ouvido interno. Seu nível normalmente diminui à medida que envelhecemos, impactando a percepção auditiva.
A pesquisa
A pesquisa faz parte de uma doação de US $ 9 milhões concedida pelo National Institutes of Health por cinco anos. Desde o seu lançamento em 2016, o estudo incluiu ensaios pré-clínicos em camundongos.
Os camundongos idosos receberam tratamentos subcutâneos de aldosterona por 4 meses, o equivalente a cerca de 7 a 8 anos de tratamento para as pessoas. Dr. Frisina e seus colegas descobriram que camundongos envelhecidos não tratados tiveram um declínio de 50% na aldosterona em comparação com ratos adultos jovens. No entanto, após o tratamento, os níveis subiram para um intervalo quase normal.
Além disso o suplemento hormonal não induziu efeitos colaterais potencialmente negativos (como elevar a pressão arterial). Mais importante ainda, os camundongos tratados não sofreram de presbiacusia durante o estudo. Já os camundongos que não receberam o mesmo tratamento, sofreram de perda auditiva relacionada a idade.
"Nossa nova ideia, incorporada na nova patente, envolve aumentar os níveis de aldosterona para adultos jovens, preservando a juventude do ouvido." – disse Robert Frisina, Ph.D., presidente do Departamento de Engenharia Médica da USF e diretor do Centro Global de Pesquisa em Audição e Fala da USF.
Próximos passos
Robert Frisina e sua equipe estão agora no processo de licenciamento da patente, se for bem-sucedida, eles irão conduzir quatro níveis de testes clínicos humanos da FDA (“Food and Drug Administration” – órgão do governo dos EUA com a função de controlar os alimentos e medicamentos, através de diversos testes e pesquisas) em colaboração com a empresa farmacêutica que faz o licenciamento. Uma vez que o medicamento seja aprovado pelo FDA, ele estará disponível ao público.
Sua eventual comercialização pode ser uma mudança de vida para muitos, já que a presbiacusia é o problema de comunicação número um de nossa população idosa e afeta mais pessoas do que qualquer outra doença neurodegenerativa do envelhecimento.
Fonte: https://medicalxpress.com/