A medida que envelhecemos é natural que nossa capacidade cognitiva diminua e apresentemos maiores dificuldades no dia-a-dia, como ao tentarmos nos lembrar de algumas informações, realizarmos algumas tarefas e até entender as palavras que nos dizem quando conversamos.
Embora seja incômoda a sensação que a diminuição da capacidade cognitiva proporciona, uma nova pesquisa realizada na Universidade de Manchester, liderada pelo Dr. Piers Dawes e pela Dra. Asri Maharani, descobriu que aparelhos auditivos e cirurgia de catarata estão fortemente ligados ao retardo da degradação cognitiva.
A pesquisa
O estudo foi realizado em duas etapas com pesquisas e grupos distintos de pacientes:
- A primeira pesquisa era composta por 2068 indivíduos submetidos à cirurgia de catarata entre a Onda 2 e a Onda 6 do Estudo Longitudinal de Envelhecimento Inglês entre 2002 e 2014. Eles foram comparados com 3.636 indivíduos que não realizaram a cirurgia.·
- A segunda, foi realizada com 2040 indivíduos que faziam uso de aparelhos auditivos, participantes do American Health and Retirement Survey de 1996 a 2014.
Ambas as pesquisas avaliaram o declínio cognitivo testando a memória, pedindo aos participantes que lembrassem 10 palavras imediatamente e também no final do módulo de função cognitiva.
Os pesquisadores compararam as taxas de declínio da capacidade cognitiva antes e depois de os indivíduos serem submetidos à cirurgia de catarata ou começarem a usar aparelhos auditivos. Eles descobriram que a taxa de declínio foi reduzida pela metade após a cirurgia de catarata e foi 75% menor após a adoção de aparelhos auditivos.
"Estes estudos sublinham o quão importante é superar as barreiras que impedem as pessoas de acessar aparelhos auditivos e visuais, e há barreiras a serem superadas: as pessoas podem não querer usar aparelhos auditivos devido ao estigma associado ao uso delas, ou acham que a amplificação não é boa o suficiente ou não são confortáveis.
Não se sabe ao certo por que os problemas auditivos e visuais têm impacto sobre o declínio cognitivo, mas acho que o isolamento, o estigma e a resultante falta de atividade física ligada a problemas auditivos e visuais podem ter algo a ver com isso.
Talvez um caminho a seguir seja a triagem de adultos para melhor identificar problemas de audição e visão e, no caso de perda auditiva, desmedicalizar todo o processo, para que o tratamento seja feito fora do ambiente clínico. Isso poderia reduzir o estigma.” – completou o Dr. Piers Dawes.
Fonte: https://medicalxpress.com/news/2018-10-visual-aids-linked-slower-age-related.html