Muitos escritórios corporativos adotam intervenções acústicas em seus projetos. A medida tem caráter preventivo. Evita estresses, baixa produtividade e sequelas auditivas. No mercado, existem muitos materiais usados para proporcionar conforto acústico no ambiente de trabalho. Por exemplo: revestimentos acústicos e mantas feitas de materiais leves e porosos - como lã de vidro, lã de rocha e espuma de poliuretano com alto poder de absorção de ondas sonoras. No entanto, antes da especificação, é preciso tomar alguns cuidados com as características de alguns materiais.
“O principal cuidado que se deve tomar é referente a flamabilidade do material, pois infelizmente existem empresas que comercializam espuma comum como se fossem revestimento acústico e até revestimentos acústicos que não atendem as exigências mínimas de segurança” adverte Luis Carlos Gusson, gerente comercial da Vibrasom (www.vibrasom.ind.br), acrescentando que a espuma comum é inflamável e pode incinerar facilmente com apenas uma fagulha, já o revestimento acústico em espuma é auto extinguível, ou seja, não propaga a chama.
Para Milton Granato, arquiteto e professor de Conforto Ambiental na Universidade Mackenzie e Doutorado em Acústica das Edificações Acústicas (2002) pela FAU-USP, em ambientes corporativos, quase sempre são necessários revestimentos que garantam o condicionamento sonoro adequado em função dessa finalidade (salas de reuniões, de videoconferência, de telepresença, auditórios, salas de convenções, etc.), acrescentando que o arquiteto deve levar em consideração a necessidade de isolamento e condicionamento sonoros face à finalidade do ambiente. “Primeiramente a localização em relação ao ambiente externo e interno (isolamento sonoro) e, posteriormente, o condicionamento sonoro (características de fonoabsorção dos materiais)”, frisou.
Em seguida, destacou que os materiais porosos são bons absorventes de agudos; placas vibrantes, para as baixas frequencias; e ressoadores (chapas perfuradas) para as médias. Qualquer uma das soluções dependerá de fixação, material de enchimento da cavidade, etc.
Existe diferença na aplicação de materiais se o ambiente corporativo é todo aberto ou separado por divisórias para funcionar como baias?
“Dependendo do tipo, quantidade e revestimento das divisórias/ biombos (até 1,30 m de altura); materiais de piso e forro; relações dimensionais do ambiente (relação entre comprimento, pé direito e largura), isso interferirá nas características dos materiais a serem usados – concluiu o arquiteto.